Lagoa da Conceição - Florianópolis

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ele é Chuck.

Bagunça é o seu lema. Sempre brincalhão encurva-se todo balançando o rabo de emoção ao ver seu dono chegar. Não gosta de ficar sozinho, porém o destino o fez permanecer grande parte do dia brincando com um amigo fantasma. Qualquer pessoa fica encantada com sua simpatia. Ele adora passear, o coração quase sai pela boca de tanta alegria. Não tem limites por não ter sido educado quando pequeno, viveu grande parte da infância livre sem pressões. Mas depois da alegria veio a tristeza. Ficou meses preso, sem poder enxergar a natureza, onde vivia brincando, pois seu dono cansou de vê-lo voltar de suas andanças coberto de lama e carrapatos. Certo dia foi morar com outra família, um casal, que ao avistar aquele belo cachorro cheio de energia não se negou a cuidar e dar amor ao bichinho. "Tenho um grande quintal onde ele poderá correr a vontade", disse a jovem. Sim, um grande quintal, mas o hiperativo Chuck não se contenta com pouco. Foge quando pode, e deixa o casal de donos enlouquecer de tanta preocupação. Era sábado em mais uma de suas fugas, comeu algo que não podia. Como não havia ninguém para ditar regras, arriscou e abocanhou um delicioso arroz com carne sem ao menos perceber que aquela comida era veneno posto por um humano não satisfeito com as noites mal dormidas por conta de latidos de cães, e Chuck sempre tão quietinho foi a vítima. Ao voltar para casa, espirrou sangue depois de ter um valioso momento brincando com seu dono. No outro dia às sete horas da manhã acordou espirrando sangue, mas uma vez. Assustados, o casal não ligou em botar seu querido amigo dentro do carro em busca de uma solução. Procurou ajuda e conseguiu. Sempre tem uma alma boa até para atender um pobre cão em uma manhã de inverno no domingo, e um preço salgado a pagar. Não importa, a saúde do cãozinho supera qualquer gasto. Chuck sobreviveu, está saudável e continua só no grande quintal, que parece ser tão pequeno, tamanho seu sonho de um dia poder voltar a ser livre como antigamente.

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